USOS E COSTUMES DOS TEMPOS BÍBLICOS - RELIGIÃO


RELIGIÃO

As quatro primeiras histórias bíblicas contam porque Deus precisou agir para salvar a humanidade. A história da criação (Gn. 1) nos ensina que vivemos no mundo de Deus, onde operam as suas regras e leis. Quando as regras são quebradas, como na história de Adão e Eva, acontece uma separação de Deus. Os resultados do pecado e da separação se tornam claros nas outras histórias. O pecado traz o juízo de Deus (Gn. 6:8; veja especialmente 6:5) e o caos social (gn. 11:1-9), à medida que os seres humanos se separam uns dos outros.

Essas histórias dão a razão para tudo o que se segue. Em seu amor pela humanidade, Deus, como Criador, queria restaurá-la para que fosse  tudo que foi designada para ser. Para isso, era necessário que Deus lidasse com o pecado humano. Sabemos pelo Novo Testamento como as coisas aconteceram. Deus entrou neste mundo como um ser humano na pessoa de Jesus. Depois de entrar no mundo Ele nos mostrou como devíamos viver. Jesus disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (Jo. 13:15). Ele permitiu que o matassem, embora fosse inocente, a fim de que pudesse tomar sobre si o castigo pelos pecados do mundo inteiro. Pedro declarou: “Levando ele mesmo em seu corpo os nosso pecados sobre o madeiro”. (1 Pe. 2:24), e Paulo escreveu: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” (Cl. 2:14).

Jesus morreu e ressuscitou, para poder habitar em nós pelo seu Espírito e vencer a morte por nós. Jesus também ajuda os que crêem nEle a vencer a tendência para o pecado que está no coração de cada ser humano: “Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição” (Rm. 6:5). O problema estava em como chegar da necessidade do homem no começo dos tempos até o ponto onde, em Jesus, essas necessidades pudessem ser satisfeitas.


Uma relação de aliança – Nos dias do Antigo Testamento, Deus escolheu entrar em um relacionamento íntimo primeiro com um indivíduo e depois com sua família imediata e, finalmente, com os eus descendentes; de maneira que eles iriam ficar gradualmente preparados para a sua vinda pessoal e para um relacionamento mais profundo, que seria então possível. Abraão foi o indivíduo (Gn. 12:1-2) e a relação de aliança feita com Abraão e sua família (Gn. 28:13-15) e com Moisés (Êx. 3:6; 24:3-8).

É bastante comum ouvir cristão dizerem que o cristianismo não é tanto uma religião como um relacionamento; nem sempre as pessoas entendiam que o mesmo era exatamente verdade para o povo judeu. Deus não fundou uma religião judia, mas entrou em relação de aliança com o seu povo. Ao que parece, durante o dias de Moisés – em que a religião era importante para as nações vizinhas – Deus deu aos judeus uma religião cuidadosamente restrita que ajudaria a sustentar a relação de aliança. Em vista disso, a religião do povo judeu era muito diferente daquela de seus contemporâneos.

Em vista de Deus ter usado a religião judaica a fim de prepara o caminho para Jesus, o judaísmo não ficou imóvel mas se desenvolveu. Os judeus entraram em contato com as religiões contemporâneas e, portanto, sua religião se desenvolveu por meio da reação e interação com elas. Lugares santos, dias santos, indivíduos santos e eventos santos se tornaram par da fé judia, mas nem  tudo era como Deus esperava que fosse. Da mesma forma que o mandamento de relativo ao divórcio, o culto judeu parece ter sido uma acomodação àa fraqueza humana (Mt. 19:8). Deus queria um espírito quebrantado e contrito em vez de sacrifícios (Sl. 51:17), justiça em lugar de dias festivos (am. 5:21-24), e em lugar de ofertas de carneiro e óleo Ele queria pessoas justas, bondosas e que andassem humildemente com o seu Deus (MQ. 6:8).

A lei que provia os ornamento de um sistema religioso jamais foi designada para ser um fim em si mesma, mas tinha como propósito revelar a extensão da necessidade humana (Rm. 3:19; 7:5,7-9) de modo a sermos levados para Cristo (Gl. 3:24-25). A intenção era mostrar o tipo de vida que Deus queria que vivêssemos mediante o poder do seu Espírito (Rm. 8:4).

E aqui jaz o conflito entre Jesus e os líderes religiosos judeus na época. A religião dos judeus, portanto, tinha um lugar importante no plano de Deus, mas Ele jamais pretendeu que ela fosse um fim em si mesma. Era um meio de sustentar a relação de aliança até que o próprio Deus viesse.


A religião assíria – Não havia quase nada em comum entre a religião de Israel e as religiões dos antigos assírios (onde Abraão conheceu a religião pela primeira vez) ou dos egípcios. É verdade que na esperança de prover algum tipo de proteção, Raquel roubou os deuses do lar de seu pai (G. 31:19). Todavia, embora Jacó mais tarde tivesse enterrado os artigos ofensivos, tais ídolos surgiram em várias ocasiões na história subsequente (Gn. 35:4; Jz. 17:5; I Sm. 19:13; II Rs. 23:24; Zc. 10:2).

As referências em Zacariais 10:2 e Ezequiel 21:21 indicam que os deuses do lar eram usados na adivinhação, sempre uma característica da religião assíria; e o fato de poderem ter sido escondidos na sela do camelo (gn. 31:34) indica que eram pequenos. Não obstante, nada foi encontrado até agora para indicarem exatamente como eram esses ídolos. Sugestões foram feitas no sentido de que eles apodreciam, ou seriam identificados como outra coisa. Alguns eruditos chegaram ate a sugerir que eram bonecos de trapo ou cabeças de crianças mumificadas.

Na antiga Mesopotâmia, o povo acreditava em famílias de deuses. Anu era o rei dos céus e muito remoto. Seu filho, Enlil, reinava sobre a superfície da terra e era tratado como rei dos deuses. Istar era a esposa de Anu e encarregada da guerra e do amor. Cada deus tinha um templo principal onde o povo comparecia nos dias de festa.

Os deuses propriamente ditos e a mitologia fantástica usada para descrever eventos como a criação eram muito diferentes da religião dos judeus. Na história babilônica da criação, por exemplo, Tiamat, o oceano primevo, deu à luz a terra (Ki) e ao céu (Anu), e todos os deuses descendiam de Ki e Anu. O oceano decidiu destruir todos eles, mas foi finalmente conquistado pelo jovem deus Marduque. Marduque fez a terra com a metade do copo de Tiamat e o céu, com a outra metade. Na batalha, Kingu, o escudeiro de Tiamat, foi destruído e a humanidade veio a ser feita com o sangue de Kingu misturado com barro.

A religião egípcia – Seria de esperar algum tipo de influência da religião egípcia, especialmente quando José se casou com Asenate, filha de um sacerdote (Gn 41:50) e porque o povo judeu permaneceu no Egito durante um período muito longo (Êx. 12:40-41). Ao que tudo indica, porém, os judeus mantiveram a sua religião e suas vidas completamente separadas dos egípcios. Jacó aceitou os dois filhos de José na família (Gn. 48:5-6) e os descendentes de José identificaram o Deus que adoravam com o de Jacó (Israel) e não com o do Egito (Êx. 5:1). Não exist, portanto, sinal do politeísmo efípcio, que incluía Rá (o sol), Yeb (a terra), Thoth (a lua), Hapi (o Nilo) e Amom (o deus dos poderes ocultos). Não há menção dos animais associados aos deuses e cuja forma muitas vezes os substituía na arte contemporânea (Thoth e a íbis, Hapi e os bois, Horus e os falcões).

Os egípcios acreditavam que os seus deuses eram como os seres humanos e nos seus imensos templos, proibidos ao povo comum, os sacerdotes os alimentavam, lavavam e vestiam, levando-os para fora nos dias de festa. Nada podia ser mais diferente do Deus de Israel. Embora os judeus acreditassem em algum tipo de vida após a morte (eles eram “reunidos” ao seu “povo”, Gn. 49:29, 33) e o corpo de José foi mumificado, Gn. 50:26), parece ter havido bem pouca coisa em comum entre a crença egípcia na vida depois da morte e a dos judeus. Os egípcios acreditavam que a alma passava pelas salas dos mortos e precisava de alimento para a viagem até chegar às salas do juízo.

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