Continuação da entrevista feita pela Portas Abertas.

Você já foi preso por ser cristão?

Sim, eu e meus amigos cristãos. Em 1990 fomos presos. Supostamente, ficaríamos detidos por oito anos, mas Deus permitiu que ficássemos apenas um. Os policiais nos torturaram muito, mas aquele foi um ano muito importante em nossas vidas. Eles achavam que teríamos muito mais medo, depois da prisão, mas na verdade ela nos tirou o medo. A dor não te faz parar: muitas vezes, ela te faz ainda mais forte. Isso é o que acontece com os muçulmanos convertidos. Agora, nós cristãos, estamos em várias partes da sociedade. Muitos dos meus amigos enfrentam problemas em seus empregos, assim como eu, mas decidiram não sair do país. Entendemos que este é o nosso chamdao: ficar no país e servir às pessoas aqui. Muitos de nós são escritores, trabalham na mídia, criam peças teatrais, e também trabalham em organizações de direitos humanos. Acreditamos que podemos mudar a sociedade de baixo para cima.

Como é criar filhos cristãos que estudam em escolas islâmicas?

Nossos filhos são muçulmanos no papel e ainda aprendem o islamismo na escola. Eles têm dificuldade de viver duas vidas diferentes. Dentro de casa eles são cristãos e, fora de casa, muçulmanos. As meninas muçulmanas muçulmanas que se convertem não podem se casar, porque não têm permissão para se casar com um rapaz cristão. Realmente temos muitos problemas, mas isso éo que enfrentamos até que tenhamos êxito. No início, os muçulmanos que se tornavam cristãos precisavam deixar o país, mas agora eles ficam. E o fato de sermos ameaçados trará nossos direito, mais cedo ou mais tarde.

Amanhã postaremos o restante da entrevista.

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